Queridíssimos amigos e amigas leitores/as:
Satisfaz-me enormemente fazer-lhes chegar esta gravura que leva por título…
…A PESAGEM DOS MUNDOS
Esta obra aparece no livro escrito por Robert Fludd intitulado Utriusque cosmi scilicet et minoris Metaphysica, physica atque technica Historia ─1617─, ‘História metafísica, física e técnica do cosmos maior e menor, a história sobrenatural de ambos os mundos’.
Robert Fludd, também conhecido como Robertus de Fluctibus ─1574-1637─, foi um eminente médico paracelsiano, astrólogo e místico inglês.
Joscelyn Godwin, em seu livro Robert Fludd: filósofo e investigador de mundos, intitulou este desenho «A pesagem dos mundos», e faz este comentário:
«Mostra-se a Iod como a deidade suprema que sustenta uma balança. O ponto de apoio é o Sol, no meio do mundo etéreo: o ponto exato do universo, unido diretamente a Deus. A balança da esquerda eleva-se, pois representa o Céu Empíreo, feito de Fogo etéreo ─Fogo leviano─. A da direita cai, sendo a Terra pesada ─compacta─ do reino elemental».
Palavras que aparecem na gravura:
Yod. Vau. Aquilo – Norte. He Superius – He Superior. Axis mundanus – Eixo mundano. Meridies – Sur. He inferius – He inferior. Caelum Aethereum – Céu etéreo. Pondus mediocre – Peso médio. Caelum Empyreum – Céu empíreo. Leue Ignis – Fogo etéreo, fogo leviano. Caelum Elementare – Céu elemental. Grave Terra – Terra pesada ─compacta─.
Esta bela gravura aparece ante nossos olhos para nos mostrar o equilíbrio das dimensões e os mundos no espaço interestelar. Por isso recebe o nome de «Pesagem dos mundos». Ou seja, mostra como o Arquiteto do Universo considera que estão repartidas as energias dos cosmos, e o faz por meio de uma balança que designa onde se encontram as energias superiores e onde se encontram as inferiores.
Utilizando a sílaba IOD assinala-se a morada de Deus, e por isso tal sílaba está perto da nuvem redonda que representaria o Espaço Abstrato Absoluto.
Seguidamente vemos sair um braço com uma mão que sustenta o eixo da própria balança. Esse eixo leva a seu lado a palavra hebraica VAU.
Por outro lado, na parte esquerda voltamos a observar a sílaba HE com a palavra acrescentada Superius, assinalando-nos, neste caso, o Céu Empíreo, morada das almas purificadas ou autorrealizadas. Por isso está marcada com o prato esquerdo da balança, e por isso no interior de tal prato podemos ler as palavras Caelum Empyreum, ou ‘Céu Empíreo’, inundado de Leue Ignis, fogo etéreo, leviano, ou melhor dito, sublime.
Entre os dois pratos observamos o eixo ou Axis, que vai acompanhado da palavra mundanus. Por quê? Porque certamente, dependendo das condutas das raças humanas, esse eixo mexe-se de um lado para outro, determinando quando estamos encurralados em um mundo repleto de leis ou quando estamos mais próximos do fogo do Espírito.
Resulta interessante observar que, junto à palavra Caelum Aethereum ─que há de se traduzir como ‘Céus Etéreos’ ou supradimensões─, existe outra frase que reza Pondus mediocre. Tal frase alude à dimensão intermediária, e por isso traduz-se como ‘peso médio’.
Dentro do prato da balança que está à direita da gravura, podemos ler as seguintes palavras latinas: Grave Terra ─ou ‘terra compacta’, mundo físico─, Caelum Elementare. O que quer dizer isso? Pois que dentro da Terra encontramos os quatro elementos da natureza. Por isso Robert Fludd chama isso de Caelum elementare.
Também vale a pena indicar que nessa gravura indicam-se alguns pontos cardeais como Aquilo, simbolizando o norte, e Meridies, assinalando o sul. O leste e o oeste não aparecem indicados porque, sendo o SOL uma representação do Criador, aparece no centro do eixo para determinar a sorte dos mundos do hiperespaço, independentemente do Espaço Abstrato Absoluto. Por isso o SOL nasce no leste e se oculta no oeste, para nos dizer que ele é quem pauta a rota dos mundos e por tal razão não se envolve dentro de essa trajetória, por estar sempre por cima da mesma.
Permitam-me agora deixar algumas frases para refletir:
«Os Deuses não fizeram mais do que duas coisas perfeitas: a mulher e a rosa». Sólon
«Se fomos criados à imagem de Deus, devemos ser criadores». Carmen Silva
«Criando encontra-se Deus a si mesmo». Rabindranath Tagore
«Não se pode criar nada que não esteja já em si mesmo». Bernard Shaw
«O corpo não é nada para a alma forte». Apolônio
FIAT LUX. ─‘Faça-se a luz’─.
KWEN KHAN KHU