GRANDEZA E ESPLENDOR DA GNOSE KWEN KHAN KHUKwen Khan Khu GRANDEZA E ESPLENDOR DA GNOSE julho 2020A composição e o design, tanto da capa quanto do interior da presente obra, es- tão registrados em nome da AGEAC. Nenhuma parte delas pode ser reproduzi- da, modificada, publicada, carregada, trans- mitida ou distribuída de forma alguma sem a prévia autorização escrita da AGEAC. © AGEAC (Associação Geofilosófica de Estudos Antro- pológicos e Culturais). Os direitos de imagem estão reservados. www. ageac.org vopus.org samael.org radiomaitreya.org PRÓLOGO ........................................................................................................... 5 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10 1. POR UMA DEFINIÇÃO DA GNOSE ............................................................... 14 2. POR QUE A GNOSE FOI CONSIDERADA UMA HERESIA? ....................... 23 3. A GNOSE É UNICAMENTE CRISTÃ? ............................................................ 37 4. CONCEPÇÃO GNÓSTICA DA CRIAÇÃO ....................................................... 42 5. REALIDADE DA CAÍDA ANGÉLICA ............................................................... 62 6. O QUE OU QUEM É O DEMIURGO CRIADOR? ......................................... 65 7. QUAL É A CONDIÇÃO DO HOMEM? ........................................................... 78 8. É POSSÍVEL A REDENÇÃO DA ALMA? ........................................................ 86 9. A GNOSE, O AMOR E O SEXO ...................................................................... 96 10. A GNOSE E SUA INFLUÊNCIA EM MOVIMENTOS RELIGIOSOS, FILOSÓFICOS E METAFÍSICOS ................................................................... 110 11. O QUE NOS DIZEM REALMENTE OS EVANGELHOS APÓCRIFOS? ..... 139 ÍNDICE5 PRÓLOGO Os onze capítulos através dos quais se desenvolve este livro de Os- car Uzcategui – Kwen Khan – vão nos dar uma ideia ampla do que é a Gnose, desde seus escuros e nebulosos princípios, passando pelos momentos em que se concretiza em papiros e tradições bem definidas, até chegar aos nossos dias, emergindo, apesar de seus detratores de Leste a Oeste e de Norte a Sul de nosso planeta, com o único objetivo de levar o homem até o lugar que lhe corresponde, o do Super-homem, como nos advertira Nietzsche. Mas, para isso, temos de construir a ponte que separa ambos os estados, pedra a pedra, e dessa construção somos nós os únicos responsáveis. É sobre a construção dessa ponte, da ruptura da mesma e das ferra- mentas necessárias para o seu novo levantamento o que você vai ler nestas páginas, querido e amável leitor. Filósofos, poetas e humanistas que estiveram em contato com es- tes labores nos deixaram estrofes de grande sabor espiritual e que alimentam o ânimo de todo trabalhador que aposta na Grande Obra, como ocorre com este antiquíssimo poema:Kwen Khan Khu • GRANDEZA E ESPLENDOR DA GNOSE 6 «Oh, alma, alma, lembra-te de teus eones! Recordas, alma, teu lugar de origem? Das alturas caída, como estrangeira estás neste mundo; Em exílio te encontras na terra dos homens, Mas, tua morada, Tabernáculo de Eterna Alegria, Está no alto. Oh alma, alma, não te esqueças de ti mesma! À espreita, os caçadores da morte Pretendem capturar-te, quebrar tuas asas, Impedir tua volta à mansão celestial. Oh, alma, alma, escuta tua nostalgia! Põe-te a caminho, Regressa a tua pátria Oh, alma, alma, lembra-te de teus eones!». O começo deste livro dedica-se à definição do que é a Gnose e o Gnosticismo, já que é de extrema importância adequar alguns parâmetros para saber, a cada instante, do que estamos falando e nos indicar as obras ou grupos que se apreciem como tais. Portan- to, a que princípios devem responder? Pois, fundamentalmente, aos que o V.M. Samael nos aponta: Divindade Suprema; Emanação e queda pleromática; Demiurgo criador; Pneuma no mundo; Dualismo; Salvador; Retorno. Kwen Khan Khu • GRANDEZA E ESPLENDOR DA GNOSE 7 Na antiguidade, encontramos textos de índole parecida. Um antigo escrito atribuído a Teodoro nos diz: «O que nos faz livres é a Gnose, de quem somos, do que chegamos a ser, de onde estávamos, do lugar onde fomos forjados, do lugar para o qual nos dirigimos, do que estamos nos libertando, do que é, em realidade, o renascer». Toda vez que realizamos este comentário, estamos já em disposição de analisar os textos e filosofias que nos chegam às mãos. Quando analisamos a Gnose cristã, observamos que tinha como prioridade o proselitismo e a salvação do homem através do arre- pendimento, mesmo que fosse nos últimos momentos da vida. Os heresiólogos dos Séculos I a IV trataram de eliminá-la por todos os meios, já que era uma ameaça constante para os propósitos que tinha naquele tempo o que veio a se chamar Igreja Tradicional ou Canônica. No entanto, a Gnose tratava a salvação através da re- generação do indivíduo, do trabalho interior, e não havia nenhum ânimo proselitista, além do que surgisse da ajuda do irmão que so- fresse os rigores do autoconhecimento, ao se saber preso de alguns condicionantes psicológicos e materiais de difícil exclusão, mas não de impossível execução. Por conseguinte, desde o próprio mestre Jesus até os diferentes mestres gnósticos, como Basilides ou Valentin, tratou-se, desde o primeiro momento, de gerar uma didática capaz de ser assimilada por qualquer pessoa bem-intencionada, já que, fundamentalmen- te, o sucesso desta aventura pertencia à pessoa que a iniciasse e não à organização ou escola filosófica a que pertencesse. O Evan- gelho o expressou com poucas palavras, mas muito exatas: «Deixa tudo o que tens, toma a tua cruz e segue-me ». Arquimedes também o esquematizou em poucas palavras: «Deem- me um ponto de apoio e moverei o mundo». Já sabemos que este sábio se referia a um de seus Princípios, mas serve para nós para visualizar nossa figura, já que o ponto de apoio é o Ensinamento Gnóstico e, o mundo, é todo esse processo interior que constitui o nosso Universo. Kwen Khan Khu • GRANDEZA E ESPLENDOR DA GNOSE 8 Mas a Gnose não é do Norte nem do Sul, nem de uma corrente cul- tural em concreto, já que responde a um anseio da alma e este es- teve presente no homem desde o próprio momento de sua criação. O homem é um ser incompleto, ainda que isso doa profundamente a este ser orgulhoso do Século XXI. Falta-lhe, como dissemos no princípio, um trabalho pendente, que é o da construção de uma Alma Consciente que o una com o Espírito Universal de Vida, com seu Ser Interior Profundo. Único e Verdadeiro objetivo de todo o processo existencial que nos envolve. É por isto que encontramos a Gnose no Masdeísmo, no Zoroas- trismo, no Hinduísmo ou nas correntes egípcias e mesopotâmicas, berços indiscutíveis do saber transcendental do ser humano em suas relações com esse mundo espiritual, sensível, invisível aos ol- hos da carne, mas muito presente aos olhos do espírito e, portanto, do coração, órgão sensível e receptor desse átomo que os gregos denominavam «nous» e que viria a ser o assento ou ponto de en- contro entre a alma humana e o Espírito do Ser. Em todas estas culturas encontramos um corpo de ensinamento completo: 1– Princípios da criação de todas as coisas. 2– A criação do homem. 3– A caída angélica ou dos seres de luz. 4– O Demiurgo Criador. 5– A derrota degenerativa do ser humano. 6– A entrega de ferramentas, por meio de ensinamentos ou profetas, para a regeneração ou re- denção da humanidade. É precisamente no capítulo IX que o autor vai nos detalhar qual é o caminho para a redenção da alma humana, que não é outro senão aquele que passa pelo amor e pelo sexo transcendental. O amor é o motor indispensável para esta sublime viagem de regresso e o sexo transcendental seria o combustível imprescindível para a sua realização. O conhecido poema gnóstico denominado «O Hino da Pérola» vem ilustrar de maneira muito bela todo este processo. Ultrapassado o equador desta obra, vamos encontrar no capítulo X as diferentes influências que o Ensinamento Gnóstico teve ao longo da história sobre diferentes grupos, movimentos religiosos ou filo- sóficos com os quais conviveu, como o dos Templários, Mandeístas, Kwen Khan Khu • GRANDEZA E ESPLENDOR DA GNOSE 9 Maniqueísmo, Alquimia, Catarismo, Rosacrucismo, Maçonaria, Franco-maçonaria... Houve muitos grupos ao longo do tempo que beberam grandes doses de Verdade e que deixaram versos tão be- los e inspiradores, como estes mandeístas, que o autor nos desco- bre neste capítulo: «Desde o dia em que cheguei a amar a vida, desde o dia em que meu coração se apaixonou pela Verdade, já não confio em nada deste mundo... Só busco minha alma, que para mim tem o valor de gerações e mundos. Fui e encontrei minha alma. Que são todos os mundos para mim?». Chegando ao final do livro, mais exatamente no capítulo XI, depara- mo-nos com uma cuidada seleção dos textos encontrados em Nag Hammadi, extraídos de «O Evangelho de Tomás», «O Evangelho de Felipe» e de «O Evangelho da Verdade». Três belíssimos evangel- hos, mas, às vezes, por causa de traduções muito científicas e lite- rais, resultam meio incompreensíveis para o homem deste século XXI, já que mantêm um halo de mistério, de modo que somente pessoas iniciadas nos Mistérios pudessem entendê-lo, a fim de o preservar de olhares curiosos ou indiscretos. O que fez o autor da presente obra foi desvelar estes textos com uma linguagem mais conforme ao nosso tempo, para que nos resulte mais fácil de assi- milar e, portanto, de valorizar. Com a última pergunta que nos propõe o autor: «Por que duvidaste, homem de pouca fé?», retiramo-nos para refletir sobre as grandes questões que a Esfinge propunha a todo iniciado e que, após a leitura deste livro, nos urge ainda mais: Quem és? De onde vens? Qual é teu propósito? Para onde vais? Os mistérios se acumulam na mente e clarificam-se pouco a pouco com um trabalho metódico de reflexão e me- ditação profunda, tal como nos propõe e indica, uma vez mais, o autor deste livro. Por último, e já para concluir, só nos restaria parafrasear o Buddha, quando nos diz: «Mostrei a vocês o caminho para a libertação, agora cabe a vocês percorrê-lo». A.L.MaNext >