ESTUDO GNÓSTICO SOBRE A DEMONOLOGIA KWEN KHAN KHUKwen Khan Khu ESTUDO GNÓSTICO SOBRE A DEMONOLOGIA julho 2020A composição e o design, tanto da capa quanto do interior da presente obra, es- tão registrados em nome da AGEAC. Nenhuma parte delas pode ser reproduzi- da, modificada, publicada, carregada, trans- mitida ou distribuída de forma alguma sem a prévia autorização escrita da AGEAC. © AGEAC (Associação Geofilosófica de Estudos Antro- pológicos e Culturais). Os direitos de imagem estão reservados. www. ageac.org vopus.org samael.org radiomaitreya.org INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5 1. A GNOSE, A TEURGIA E A GOÉCIA. ............................................................ 11 2. A QUEDA ANGÉLICA. YAHVÉ E SUAS ARGÚCIAS. .................................... 18 3. A FORNICAÇÃO E OS ANJOS CONVERTIDOS EM DEMÔNIOS. ............. 23 4. TAREFAS DOS PRÍNCIPES DO INFERNO. .................................................... 29 5. OS PACTOS SATÂNICOS. ................................................................................ 37 6. SELOS OU EMBLEMAS DE ALGUNS DEMÔNIOS. REQUISITOS PARA PERTENCER À NEGRA CONFRARIA. ........................ 41 7. MODUS OPERANDI DOS DEMÔNIOS. ....................................................... 44 8. PALAVRAS FINAIS ........................................................................................... 48 ÍNDICE5 INTRODUÇÃO D esde tempos remotos, o tema dos Demônios tem sido mui- tíssimas vezes motivo de exaustivos relatos, debates, con- tradições teológicas, afirmações que resultaram, às vezes, inverossímeis, temores religiosos, especulações filosóficas, diatri- bes psiquiátricas etc., etc., etc. Nem por isso minguou, nunca, o interesse a respeito do “Maligno”, como o apelidaram muitos te- ólogos durante séculos. O espiritualismo e o materialismo têm no tema demoníaco um magnífico campo de batalha para lançarem, uns aos outros, todo tipo de impropérios, acusações, adjetivos des- qualificativos etc., etc., e cada bando se proclama possuidor da ver- dade única nesta matéria. Sem dúvida alguma, a lógica nos leva a exclamar com o eminente filósofo espanhol Unamuno o seguinte: “Crer ou não crer não signi- fica nada, o importante é experimentar”. O domínio dos chamados Demônios corresponde ao âmbito ou às esferas do que hoje os físicos contemporâneos chamam de “hiper- dimensionalidade do espaço” ou dimensões anímicas. Estas são su- periores e inferiores.Kwen Khan Khu • ESTUDO GNÓSTICO SOBRE A DEMONOLOGIA 6 Para a Gnose de todos os tempos, sempre foi fácil compreender e expor ao mundo a conexão existente entre o terreno euclidiano – tridimensional – e esse outro que foi denominado espiritual. Os gnósticos sempre foram conhecidos por “vivenciar isso que é cha- mado sobrenatural” em lugar de ficar imbuídos na especulação te- orética. Inquestionavelmente, isso não só lhes fez ganhar, durante muitos séculos, a antipatia e o desprezo de todos aqueles que, an- corados nos dogmas eclesiásticos, travaram todo tipo de conjuras contra estes atrevidos, como também ser levados às mais horríveis masmorras medievais, ou às ardentes fogueiras muito na moda na- queles tristes tempos. Felizmente, a perseverança vence, e assim ainda é em nossa alarde- ada época científica. Os avanços no terreno metafísico impulsiona- ram a Parapsicologia, e graças a ela hoje se podem propor publica- mente muitas coisas que há séculos nos teriam levado diretamente a uma prisão sob a acusação de “heresia”. Muitos estudiosos do paranormal ou metafísico, no século XIX, romperam muitas barreiras sociais e filosóficas que impediam as pessoas de chegar a conhecer a existência ou inexistência dessas outras entidades que habitam o chamado “além” de nossos sen- tidos. Já no século XX, felizmente, o aparecimento da Gnose Samaeliana trouxe à humanidade todo um caudal de informações verificáveis mediante a prática, a respeito do mundo do Espírito e mais concre- tamente sobre o chamado Cosmos Superior e Inferior ou infradi- mensões. Hoje, para a Gnose, a negação ou afirmação da existência de enti- dades malévolas não é uma pergunta sem resposta. Não. O Gnos- ticismo, mediante seu corpo de doutrina e sua enorme bagagem de meios de experimentação, permite asseverar cem por cento a existência de Anjos e Demônios presentes na vida cotidiana das pessoas. Mediante o uso do Eidolón, como Paracelso chamava o corpo sutil – molecular – que toda pessoa humana possui, cada um pode verificar diretamente a natureza dessas entidades sublimes ou Kwen Khan Khu • ESTUDO GNÓSTICO SOBRE A DEMONOLOGIA 7 demoníacas. Isto é identificado hoje por muitas escolas metafísicas como “saída astral”. Também mediante a Gnose Samaeliana nos ex- plicaram abertamente a forma de adentrarmos em regiões atômi- cas superiores ou inferiores e contatar essas entidades comentadas em linhas anteriores. Outro aspecto a tomar em conta nestes estudos relacionados com o sobrenatural é a diferença que temos de realizar entre os Demô- nios e essa parte autoconsciente de nosso SER que a Gnose chama Lúcifer. Lúcifer é, a partir do ponto cabalístico gnóstico, o dador da Luz, e por outra parte a Gnose o define como o reverso da medalha, sendo o anverso o Cristo íntimo em cada pessoa. A Gnose sempre proclamou e proclamará que uma coisa ultraextraordinária foi o Cristo histórico, que veio representar um terrível drama há mais de dois mil anos, e outra muito diferente é a necessidade de que cada pessoa encontre, dentro de si mesma, seu Cristo íntimo. Isto é o que o Gnosticismo qualifica como Autorrealização. Ainda que pareça uma contradição, o Cristo íntimo nada poderia fazer para cumprir sua missão aqui e agora dentro do ser humano se não contasse com a ajuda eficaz do Lúcifer íntimo. Nosso Lúcifer íntimo é uma coisa, e Satanás, ou os Demônios, são outra coisa, amigo leitor. A tarefa de nosso Lúcifer é a de um aio ou educador. Lúcifer prova nossas virtudes com o ginásio da tentação em nossas vidas cotidia- nas, disse o eminente Mestre Gnóstico Samael Aun Weor. Em algumas ocasiões, este Lúcifer realiza tarefas portentosas sobre nós com o propósito de salvar nossa alma, como por exemplo o vemos retratado no caso que narramos a seguir. Vejamos: “Vem-me à memória nestes momentos um relato, por certo bastante interessante, de um irmão gnóstico da Costa Rica. Diz o narrador que em um povoado de seu país sucedeu um caso insólito, inimaginável.Kwen Khan Khu • ESTUDO GNÓSTICO SOBRE A DEMONOLOGIA 8 Trata-se de uma mulher prostituta. Esta se embriagava inces- santemente com todo tipo de bebidas alcoólicas, e no meio de sua bebedeira exclamava: Eu pego dez ou quinze homens por dia, e pego todo homem que atravessar o meu caminho, e se o Diabo atravessasse, também o pegaria. Sucedeu que em certa ocasião um marinheiro chegou às suas portas, o qual tinha formosa aparência. Aquela mulher não teve inconveniente algum em revirar-se com ele no leito de Procusto. Depois da fornicação, aquela mulher, sentada à porta do le- nocínio, dirigiu seus olhares à rua... De repente, o mancebo a chamou, de dentro, e lhe disse: Tu não me conheces, vira e me olha para que me conheças. A infeliz, obedecendo as indicações do amante, levantou-se para dirigir-se outra vez ao interior do abominável aposento e, logo, olhando aquele que tinha sido seu instrumento de prazer, viu algo horripilante, terrível, tenebroso. O escamoso, disfarçado com aquela forma que lhe deram os ortodoxos do Catolicismo romano, olhava-a fixamente, ao mesmo tempo que um forte cheiro de enxofre enchia o lugar. A prostitua não pôde resistir e caiu no chão inconsciente, ao mesmo tempo que dava alguns gritos muito agudos... Os vi- zinhos, ao escutar tais gritos, foram ajudá-la, mas o cheiro de enxofre os fez fugir apavorados. A infeliz, depois de ter relatado no hospital o ocorrido, mor- reu ao terceiro dia. O Diabo a levou. Conta o narrador que aquele cheiro de enxofre persistiu por algum tempo no lenocínio, e que as pessoas evitavam, por esse motivo, passar pela rua onde estava essa casa. Analisando judiciosamente esse relato, descobrimos pratica- mente uma operação de assepsia moral, um método de ur- gência tomado pelo próprio Lúcifer interior para essa mulher. Não há dúvida de que seu Deus íntimo ordenou à sua sombra, ao seu Lúcifer, ao seu Dragão particular interior, Kwen Khan Khu • ESTUDO GNÓSTICO SOBRE A DEMONOLOGIA 9 materializar-se nessa forma diante da infeliz, tornar-se visível e tangível diante dela, e até copular com ela. Obviamente, seu divino Sol íntimo não poderia ter realiza- do tal cópula, tal aparição, mas sua sombra particular, como está polarizada negativamente com relação à luz positiva, é claro e evidente que sim pôde realizar concretamente tudo isto. O resultado mais tarde será maravilhoso. Aquela infeliz que desencarnou cheia de terror, quando voltar a se reincorporar, quando renascer neste mundo, quando tomar um novo cor- po, muito dificilmente poderá voltar à prostituição; ficou em sua Consciência esse terror, esse choque psíquico. O mais provável é que em sua futura existência resolva seguir pelo caminho reto, pela senda da castidade. Assim é como o Dragão pode trabalhar e operar drasticamente em um mo- mento determinado”. – Extrato tomado do cap. “O Dragão das Trevas”, da obra Sim há Inferno, sim há Diabo, sim há Karma do V.M. Samael. No entanto, o aspecto transcendental do Gnosticismo reside no fato de que não basta investigar e chegar a conhecer todas as pos- sibilidades que os reinos atômicos do hiperespaço nos oferecem, mas também em dotar os estudiosos com os meios para contra- por qualquer manifestação desagradável que se apresente durante a própria experimentação. Aqui é onde entra o uso da linguagem mântrica, a utilização do verbo superior, com o qual podemos nos defender de todo ataque que possamos classificar como tenebroso. Essa é, amigo leitor, a finalidade deste tratado. A intenção do autor não é outra que pôr em suas mãos uma série de informações sérias, que permitam a todo ser humano fazer-se consciente da realidade material e anímica na qual vive e, com base nisso, dar testemu- nho da clara manifestação das forças brancas presentes em nossa existência e daquelas outras que se convertem em sua antítese: as forças negras ou obscuras. Nosso leitor, obviamente, tem a absoluta liberdade para aceitar ou recusar as afirmações vertidas nestas páginas, já que o manejo das Next >